Doutrina Cristã escrita em diálogo para ensinar os meninos
Padre Marcos Jorge, sj
Paulus Editora
ISBN: 9789723018738
Páginas: 344
16,90
Sinopse da editora
O presente livro resgata um catecismo clássico, escrito no
século XVI. Foi provavelmente o catecismo escrito em português de maior sucesso
de todos os tempos: teve inúmeras edições em português ao longo dos séculos (a
primeira foi em 1566; a última, no principio do século XX), e foi traduzido
para tupi (Brasil), congolês, latim, konkani e malabar (Índia), chinês e
japonês (houve quatro edições no Japão entre 1592 e 1600). Embora esta Doutrina tenha linguagem muito simples, é
teologicamente muito rica e profunda. Contém introduções e notas do professor
José Miguel Pinto dos Santos.
Mais umas coisas
Marcos Jorge foi um dos primeiros jesuítas. Nasceu em 1524 (tinha
Inácio de Loiola 33 anos) em Nogueira do Cravo, Oliveira do Hospital, e entrou
para a Companhia de Jesus em 1546 (a Companhia tinha 12 anos de existência, mas apenas 6 de aprovação papal). Esteve na fundação do Colégio de Évora, em
1553. Andou por Coimbra a partir de 1556 (onde obtivera o bacharelato em
Direito antes de ir para Évora) e foi enviado a Roma em 1571. Ao regressar da
Roma ficou doente e foi morrer a Évora, no dia 10 de dezembro de 1571, com 47
anos. Tinha publicado o seu catecismo cinco anos antes.
Segundo a introdução de José Miguel Pinto Santos, o sucesso
do catecismo do jesuíta deve-se a estes fatores:
- linguagem simples, acessível, com frases curtas facilmente
memorizáveis
- linguagem teológica exata, mesmo sem termos técnicos
- uso de diálogos, em vez de texto corrido, o que não era
incomum, mas com respostas curtas. Os diálogos “são mais semelhantes no ritmo a
um auto de Gil Vicente que a um tratado erudito”.
- variedade de técnicas pedagógicas empregues (além dos
diálogos, poemas, cantigas, orações, fórmulas de fé…)
- o uso de fórmulas, numa época em que se valorizava a
memória
- primazia da pedagogia na exposição da fé e na estrutura do catecismo,
quando Agostinho e Tomás de Aquino propunham outra ordem nas temáticas, tida como
“ordem natural”
E, acrescento, porque não vi referido:
- o uso de imagens ilustrativas dos mandamentos, dos pecados
capitais, das obras de misericórdia, etc. Multimédia, portanto.
Quem vai gostar deste livro
- os que gostam de história da Igreja
- os tradicionalistas que vivem como se a Igreja tivesse
começado no séc. XVI, com Trento e as batinas de Pio V (que sendo dominicano,
vestia de branco e fez com que os restantes papas andassem de branco), e por lá
tivesse ficado
- quem gosta de “doutrina sólida”
- os fãs dos jesuítas
- quem quiser conhecer os Pecados contra o Espírito Santo, os Pecados que Bradam ao Céu ou as Virtudes Cardeais
- os especialistas em história da catequese.
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